sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Ambulatório da PUC oferece novos tratamentos a R$ 60

Setor amplia atendimento com médicos especializados em cirurgia da mão e angiologia

Dirceu Bellizzi durante atendimento: médico recebe cerca de dez pacientes por semana - Divulgação

Ele foi aberto à população em julho de 2015 com o objetivo de oferecer tratamentos médicos por apenas R$ 60. Desde então, cerca de 1.300 pessoas foram atendidas no ambulatório da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC) em especialidades como dermatologia, ortopedia, homeopatia, psiquiatria e neurologia. O espaço cresceu e, a agora, passa a contar com médicos especializados em cirurgia da mão e angiologia (a partir de julho), contabilizando 18 áreas de atuação.

O ambulatório tem caráter assistencial, mas também foi pensado para servir como uma espécie de local de práticas para futuros estudantes de graduação em Medicina. Atualmente, a universidade conta apenas com pós-graduação lato sensu na área. E são esses alunos que acompanham alguns médicos durante as consultas.

— Existe um projeto de graduação. Mas, para que pudéssemos oferecer o curso no futuro, tínhamos que ter um lugar onde os estudantes pudessem treinar — conta Hilton Koch, decano do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da PUC-Rio. — Estou muito satisfeito com o resultado do ambulatório.

O espaço, que funciona na Estrada da Gávea 36-B, também oferece, às sextas-feiras, das 13h às 17h, exames de ultrassonografia a preços que variam entre R$ 82 (abdômen superior, bexiga, próstata e transvaginal) a R$ 184 (bolsa escrotal com doppler). Tanto a lista com as especialidades quanto as de ultrassom podem ser consultadas no endereço .

Professor da PUC e coordenador de cirurgia da mão do Instituto Ivo Pitanguy, o médico Alexandre Barros trabalha há dois meses no ambulatório, desde que sua especialidade foi implantada.
Recepção do ambulatório: consultas de segunda a sexta - Divulgação

— Começamos de forma modesta. De qualquer maneira, neste momento de crise sem precedentes em que vivemos, é uma chance de facilitar o acesso da população à medicina — diz Barros.

Uma de suas pacientes, Jane Silva Guimarães, moradora da Rocinha, conta que soube da existência do ambulatório pelas redes sociais. Ela afirma que chegou a desconfiar de que o valor da consulta estivesse errado.

— Para a atual situação do Brasil, o preço é razoável — diz Jane. — Fui acompanhando o meu marido, que sentia muita dor nas mãos. No final do atendimento, como não havia mais pacientes, acabei me consultando também.
Bolsista no curso de Geografia da PUC-Rio, Adailton Ribeiro Ramalho frequenta o ambulatório desde o início. Ele já marcou consulta com clínico geral e psiquiatra.
— Achava que tinha déficit de atenção por ter voltado a estudar depois dos 40. Por isso, procurei um especialista — diz Ramalho, de 47 anos.
Para ele, a criação do ambulatório é uma iniciativa válida.

— Se você buscar atendimento público, vai demorar muito. Às vezes, precisamos apenas de uma avaliação rápida — diz Ramalho, que faz uma pequena queixa. — Gostaria que oferecessem exames laboratoriais.
O ambulatório tem convênio com a LaborMed para a realização de exames ginecológicos e com as ONGs Rocinha.org e Saúde da Criança, que encaminham pacientes quando necessário.

Uma das especialidades mais procuradas é a ortopedia, a cargo do médico Dirceu Bellizzi, que também é coordenador de pós-graduação lato sensu do departamento de Medicina e responsável direto pelo ambulatório. Ele atende cerca de dez pessoas semanalmente — por mês, o espaço recebe aproximadamente 400.

— Toda a especialidade de atenção primária que não está no foco das redes municipal e estadual de saúde tem uma procura grande aqui — diz Bellizzi. — Os hospitais têm uma deficiência em casos de baixa complexidade e este é o objetivo do nosso trabalho. Estamos preenchendo a lacuna.
De acordo com o médico, poucas são as especialidades que contam com tratamento ambulatorial na saúde pública.

— Justamente por isso, 50% dos casos que chegam ao pronto-socorro podem ser de atendimento ambulatorial — diz Bellizzi.
O agendamento das consultas no ambulatório da PUC é feito de segunda a sexta, das 8h às 17h, somente pelo telefone 3527-2502. Não são marcadas consultas de emergência. O pagamento só pode ser feito em dinheiro.





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