Setor amplia atendimento com médicos especializados em
cirurgia da mão e angiologia
Dirceu Bellizzi durante atendimento: médico recebe cerca de dez
pacientes por semana - Divulgação
Ele foi aberto à população em julho de
2015 com o objetivo de oferecer tratamentos médicos por apenas R$ 60. Desde
então, cerca de 1.300 pessoas foram atendidas no ambulatório da Pontifícia
Universidade Católica do Rio (PUC) em especialidades como dermatologia,
ortopedia, homeopatia, psiquiatria e neurologia. O espaço cresceu e, a agora,
passa a contar com médicos especializados em cirurgia da mão e angiologia (a
partir de julho), contabilizando 18 áreas de atuação.
O
ambulatório tem caráter assistencial, mas também foi pensado para servir como
uma espécie de local de práticas para futuros estudantes de graduação em
Medicina. Atualmente, a universidade conta apenas com pós-graduação lato sensu na área.
E são esses alunos que acompanham alguns médicos durante as consultas.
— Existe um projeto de graduação. Mas, para que pudéssemos
oferecer o curso no futuro, tínhamos que ter um lugar onde os estudantes
pudessem treinar — conta Hilton Koch, decano do Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde da PUC-Rio. — Estou muito satisfeito com o resultado do ambulatório.
O espaço, que funciona na Estrada da Gávea 36-B, também oferece,
às sextas-feiras, das 13h às 17h, exames de ultrassonografia a preços que
variam entre R$ 82 (abdômen superior, bexiga, próstata e transvaginal) a R$ 184
(bolsa escrotal com doppler). Tanto a lista com as especialidades quanto as de
ultrassom podem ser consultadas no endereço .
Professor
da PUC e coordenador de cirurgia da mão do Instituto Ivo Pitanguy, o médico
Alexandre Barros trabalha há dois meses no ambulatório, desde que sua
especialidade foi implantada.
Recepção do ambulatório: consultas de segunda a sexta - Divulgação
—
Começamos de forma modesta. De qualquer maneira, neste momento de crise sem
precedentes em que vivemos, é uma chance de facilitar o acesso da população à
medicina — diz Barros.
Uma de suas pacientes, Jane Silva Guimarães, moradora da
Rocinha, conta que soube da existência do ambulatório pelas redes sociais. Ela
afirma que chegou a desconfiar de que o valor da consulta estivesse errado.
— Para a atual situação do Brasil, o preço é razoável — diz
Jane. — Fui acompanhando o meu marido, que sentia muita dor nas mãos. No final
do atendimento, como não havia mais pacientes, acabei me consultando também.
Bolsista no curso de Geografia da PUC-Rio, Adailton Ribeiro
Ramalho frequenta o ambulatório desde o início. Ele já marcou consulta com
clínico geral e psiquiatra.
— Achava que tinha déficit de atenção por ter voltado a estudar
depois dos 40. Por isso, procurei um especialista — diz Ramalho, de 47 anos.
Para ele, a criação do ambulatório é uma iniciativa válida.
— Se você buscar atendimento público, vai demorar muito. Às
vezes, precisamos apenas de uma avaliação rápida — diz Ramalho, que faz uma
pequena queixa. — Gostaria que oferecessem exames laboratoriais.
O ambulatório tem convênio com a LaborMed para a realização de
exames ginecológicos e com as ONGs Rocinha.org e Saúde da Criança, que
encaminham pacientes quando necessário.
Uma das especialidades mais procuradas é a ortopedia, a cargo do
médico Dirceu Bellizzi, que também é coordenador de pós-graduação lato sensu do
departamento de Medicina e responsável direto pelo ambulatório. Ele atende
cerca de dez pessoas semanalmente — por mês, o espaço recebe aproximadamente
400.
— Toda a especialidade de atenção primária que não está no foco
das redes municipal e estadual de saúde tem uma procura grande aqui — diz
Bellizzi. — Os hospitais têm uma deficiência em casos de baixa complexidade e
este é o objetivo do nosso trabalho. Estamos preenchendo a lacuna.
De acordo com o médico, poucas são as especialidades que contam
com tratamento ambulatorial na saúde pública.
— Justamente por isso, 50% dos casos que chegam ao
pronto-socorro podem ser de atendimento ambulatorial — diz Bellizzi.
O agendamento das consultas no ambulatório da PUC é feito de
segunda a sexta, das 8h às 17h, somente pelo telefone 3527-2502. Não são marcadas
consultas de emergência. O pagamento só pode ser feito em dinheiro.